As mudanças climáticas, o posicionamento de marca e o ecomarketing

As mudanças climáticas estão tomando conta dos noticiários e alarmando a população, gerando o que chamamos de “ecoansiedade”, sentimento de desespero diante da realidade caótico climática em que estamos inseridos. Esse sentimento gera no consumidor um posicionamento diferente: o de buscar por produtos e serviços que estejam conectados com diretrizes ecologicamente sustentáveis.

Estudo da Economist Intelligence Unit, a pedido do WWF (World Wide Fund for Nature), apontou um aumento impressionante de 71% em pesquisas na internet por produtos sustentáveis, com crescimento contínuo, mesmo durante a pandemia. Intitulado “Um Ecodespertar: Medindo a consciência global, engajamento e ação pela natureza”, o relatório revela um aumento substancial nos cliques dos consumidores atrás de produtos sustentáveis em países de alta renda, como Reino Unido, Estados Unidos, Alemanha, Austrália e Canadá.

Já no Brasil, a pesquisa aponta que é o país que produziu o maior número de assinaturas em campanhas em prol da biodiversidade e natureza no mundo – 14% do total, ou 23 milhões de assinaturas on-line. Os tuítes relacionados aumentaram 82% no período e o volume de notícias aumentou 60%.

Esses números revelam que as pessoas estão mudando materialmente seu comportamento em apoio à causa ambiental. Essa mudança afeta retornos historicamente altos em algumas áreas, enquanto abre oportunidades de milhões de dólares em outras.

O valor da natureza por meio dos serviços que fornece à economia global é estimado em US$44 trilhões – mais da metade do PIB global. E o setor financeiro tem um papel crítico a desempenhar na mudança dos fluxos financeiros de atividades insustentáveis e na criação de uma economia global “natureza-positiva”.

As empresas e instituições financeiras estão cada vez mais reconhecendo os riscos associados à perda de natureza e a colocando, assim, no centro de suas estratégias. Pessoas em todo o mundo, particularmente em mercados emergentes, estão, então, cada vez mais cientes da crise planetária.E isso está afetando seu comportamento em um clima global em rápido crescimento que o WWF apelidou de “despertar ecológico”.

E o que fazer uma vez que estamos despertamos para esse problema?

Seja você empreendedor de uma pequena ou grande empresa ou apenas alguém que se importa, a resposta é simples: seja parte da mudança. Precisamos adotar medidas, das menores até as maiores, para começar a solucionar essa questão. 

Se a sua empresa já faz parte dessa mudança, está na hora de deixá-la clara para os consumidores. Afinal, esse é um ponto importante de grande apelo para as marcas.

É aí que entra o marketing ecológico ou ecomarketing.

O que é ecomarketing?

 

O ecomarketing é uma estratégia que foca nos benefícios dos produtos, do modo de produção, ou da postura em geral da empresa em relação ao meio ambiente. Por conta disso, certamente não basta que a empresa comece a transmitir apenas uma imagem de consciência, mas sim que passe a ter uma atitude real de transformação e responsabilidade ambiental, social, cultural e econômica.

Para estar de acordo com o marketing ambiental, a empresa deve ser ecologicamente correta, economicamente viável, socialmente justa e culturalmente aceita. Além disso, a empresa deve dar total atenção a algumas letrinhas. 

 

Os 3 Rs: Reduzir, reutilizar e reciclar. E os 4 Ss: Segurança, Sustentabilidade, Satisfação do Consumidor e Aceitação Social (Social acceptance).

 

Investindo nesses aspectos, a empresa vai não somente economizar energia e dinheiro nos processos produtivos e colaborar para um meio ambiente saudável, como também lucrar – e aqui estamos falando de lucro de qualidade, e não somente de quantidade. Por isso, é fundamental que o marketing verde seja pautado em reais atitudes, e não somente em um discurso vazio.

Marcas que investiram em produtos sustentáveis e em ecomarketing 

 

Coca-cola

  • Assumiu compromisso com um mundo sem resíduos, coletando e reciclando garrafas e latas.
  • Busca devolver para o meio ambiente o dobro de água que consome nos processos produtivos.
  • Fez uma ação de marketing verde que mudou até a cor das latas para conscientizar a sociedade para a proteção dos ursos polares em 2012.
  • Volta e meia, chama a atenção dos consumidores para a importância de reciclar e ser mais consciente ecologicamente.

 

Microsoft

  • Eleita a empresa mais sustentável do mundo pela ONG Just Capital, a Microsoft criou um sistema de inteligência artificial para combater o aquecimento global em 2017.
  • Desenvolvimento de serviços menos poluentes e até mesmo a maior compra de energia solar dos Estados Unidos.
  • Na Índia realiza um projeto de inteligência artificial que ajuda pequenos fazendeiros a terem plantações melhores.

 

Natura

  • Pioneira em ecomarketing no Brasil.
  • A marca é tão ecologicamente correta que, quando você lembra dela, provavelmente pensa em suas embalagens de papel reciclado ou, então, nos anúncios em mídia paga como YouTube para compartilhar com o público seus principais feitos “verdes”.
  • Além de usar embalagens recicláveis e realizar projetos de conservação da Amazônia, a marca já assumiu a responsabilidade de reduzir suas emissões de carbono.
  • Está testando o uso de carros elétricos para integrar as operações logísticas.

 

Nike

  • Começou com pequenas mudanças na produção de produtos e hoje usa materiais reciclados e biodegradáveis.
  • Criou o Making App para inspirar designers de moda a trabalhar com materiais ecológicos para criar suas peças. Para despertar as novas gerações de profissionais de produtos criativos, o aplicativo informa o impacto dos materiais têxteis sobre o meio ambiente. Sugere, ainda, alternativas de substitutos menos poluentes.

 

Toyota

  • Desenvolvedora do Prius, o primeiro veículo híbrido do mundo. O carro reduz quase metade da poluição só por ser híbrido.Não é à toa que conquistou a posição de veículo híbrido preferido dos norte-americanos.

 

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